Páscoa – A Passagem das Trevas para a Luz!



Páscoa – A Passagem das Trevas para a Luz!
O termo Páscoa que significa passagem, transformação, renovação surge em várias línguas, em hebraico “Pessach”, em grego “Paskha”, em latim “Pache”, em espanhol “Pascua”, em italiano “Pasqua” e em francês “Pâques”. Em inglês “Easter” e em alemão “Ostern”, estas duas línguas não seguiram o mesmo sentido original, sendo para estas um termo que provém da mitologia anglo-saxónica Eostre ou Ostera, a deusa da fertilidade, do amor, do renascimento, do Sol nascente, comemorada na Primavera e associada aos ovos e aos coelhos (lebres).

Ao contrário do que muitos pensam, inclusive católicos pouco informados, a Páscoa tem uma origem pagã, assim como acontece noutras festividades como é o caso do Natal. A Igreja Católica adaptou-a, parecendo torná-la exclusiva e originária da sua doutrina, no entanto, a Páscoa tem comprovadamente origens pagãs. Os próprios símbolos pascais como o ovo e o coelho foram também apropriados pelos cristãos.
O ovo é um símbolo universal da criação do mundo pela Grande Mãe e em várias culturas simboliza a origem da vida. Para os gregos, o ovo cósmico é o símbolo do qual nasceu Apolo, assim como para os egípcios, o deus Ra também nasceu de um ovo. Igualmente para os hindus, Brahma surgiu de um ovo de ouro e com a casca fez o Universo. Para os chineses, P’an Ku, também nasceu de um ovo cósmico. No século XVIII, a Igreja Católica adotou oficialmente este símbolo, o ovo, como símbolo da Páscoa, estando associado à ressurreição de Cristo, santificando um costume originalmente pagão.
O simbolismo do coelho está associado à sua fertilidade em várias mitologias pré-cristãs, pelo facto deste animal ter grandes ninhadas e simbolizar a renovação.
A data da Páscoa é contada sempre pelo primeiro domingo após a primeira Lua cheia da Primavera e, já agora, para a data do Carnaval, contam-se quarenta dias para trás, a partir da Páscoa e chega-se à data do Entrudo.

Assim na Páscoa, quer seja celebrada por cristãos ou por pagãos, o mais importante a reter é o seu simbolismo, o seu mistério, a passagem de um período de trevas para outro período de luz, a mudança do Inverno para a Primavera, do frio para o calor. É uma época de renovação, de passagem para os novos tempos, de renascimento da Natureza e fertilidade em que nos devemos focar no que queremos dar à luz no nosso caminho neste planeta, o que necessitamos de realizar, em que necessitamos ser mais férteis.
E por estarmos a vivenciar este período de incubação, reforça ainda mais a necessidade de nos concentrarmos no mais essencial e mais urgente em transformar nas nossas vidas.
Que esta Páscoa nos ajude a atravessar este túnel de trevas que agora navegamos e que todos nós possamos, assim como Cristo, renascer interiormente através deste ovo cósmico e que, tal como os coelhos, com as suas grandes ninhadas, também possamos ser férteis, criando e transformado o mundo com mais amor.
Rui Sebők Bizarro
Boa Páscoa!!!
Pintura Salvador Dali

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