Podemos e devemos manifestar, protestar, demonstrar o que está “errado”, sugerir outras formas de viver, etc. Considero isto bem importante para a mudança de paradigmas, mas a um determinado momento, começa-se a pisar o risco e a entrar para um outro lado da fronteira da razoabilidade. Chega-se a um ponto onde o exagero surge e com isso perde-se a razão e toda a lucidez inicial. Lembra-me o Pai ou a Mãe que bate no filho como castigo para que este não bata nos seus colegas da escola. Dúvido destes exemplos e pedagogias.
Estas manifestações começam, no meu ponto de vista, a serem extrapoladas. Protestem o tempo que entenderem, mas não vale a pena mais agressão, nem destruição de monumentos, nem de estátuas. A história, ninguém a muda, e não é o presente que transforma o passado. O presente pode ajudar-nos a mudar o futuro e é isso que se pretende, mas não altera o passado.
Protestem, manifestem contra as segregações para que no futuro não se voltem a repetir injustiças sociais, mas com a destruição de monumentos e estátuas não acredito que haja qualquer mudança. No meu entender, neste momento, estas formas de anti-racismo começam a criar outras formas de racismo e mais segregações.
Mudar a consciência política, a consciência da humanidade, não implica destruição de monumentos, estátuas e outras formas físicas de agressividade. Dessa forma, está-se a praticar o mesmo que se pretende impedir.
Pretende-se menos agressividade e isso é demonstrado com mais agressividade.
Pretende-se menos exclusão e isso é demonstrado com mais exclusão.
Tenho dúvidas da efetividade destes protestos com este tipo de agressividade e destruição.
Rui Sebők Bizarro
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